Vídeo online movimentará quase U$ 4bi em 2011

Estamos vendo como o mercado  de vídeos na internet está ganhando uma importância incrível, principalmente com iniciativas como YouTube, Joost, VoyTV e tantos outros.

Além disso, com o barateamento da banda-larga, baixar clipes de música, seriados ou mesmo filmes inteirgos, se tornou muito trivial. Com isso, estúdios de cinema e canais de TV estão dando o braço a torcer e tentando imaginar como podem se beneficiar desta onda sem volta. Finalmente, somado a tudo isso, os videogames também entram na onda e permitem que o usuário compre diversos tipos de vídeos diretamente pelo seu PS ou xBox, por exemplo.

Um estudo da Understanding & Solutions aponta que as vendas de vídeos na internet vão passar de US$ 3,8 bilhões em 2011.  Os Estados Unidos lideram as vendas, embora a receita gerada pelo setor não vá ultrapassar 280 milhões de dólares em 2007.

O iTunes está à frente no mercado de vendas de vídeos, com mais de 2 milhões de filmes e 95 milhões de programas de TV comercializados até o fim 2007.

BBC fracassa na customização da HP

No dia do décimo aniversário do site da BBC, a organização do Reino Unido lançou uma homepage nova (ainda em versão beta), customizável, no estilo Netvibes e iGoogle.

Fui visitar a nova página todo empolgado e tomei um baita banho de água fria quando comecei a usar o bichinho… a customização é pouca, fraca e ruim. Os módulos parecem feitos pra criança, meio grandões, com cores nada atraentes, tudo meio grossão e gordo sei lá…

A decepção maior, acho, é por que como não estamos mais no início deste tipo de prática (customização de homepages, personalização da experiência do internauta etc), jamais pensaria que eles iriam fazer algo tão primário. Além disso, a BBC é uma das principais organizações de comunicação do mundo tendo, inclusive, tendo feito várias ações de primeiríssima qualidade no mundo online. Por exemplo, eles pretendem colocar 100% de seu conteúdo (inclusive todo o arquivo passado) na web até 2012. Com tudo isso, a visita à nova HP torna-se uma tristeza…

Kibon coloca iPods dentro de picolés!

A Kibon teve uma idéia fantástica pra esse fim de ano. Eles vão lançar uma baita campanha colocando iPods em sorvetes, premiando 10 mil pessoas. Não sei como eles vão fazer pra evitar o jeitinho brasileiro que pode levar alguns distribuidores a tentar pegar os aparelhinhos e ficar rico vendendo eles no Natal!

A matéria completa está aqui.

Conselho Federal de Administração forma líderes-monstros

Ontem recebi o email de um professor da UFRJ indignado (com MUITA razão) com uma newsletter que ele recebeu do Conselho Federal de Administração (CFA) que, em teoria, deveria estar lotado de administradores exemplares para sua categoria.

A newsletter, muito mal escrita, era basicamente para vender os lançamentos na área de Administração. Um dos livros é de uma “Prof. Adm. Sônia Ferreira Ferraz”. Tanto o livro desta professora, como a mensagem do CFA falam sobre TGA (Teoria Geral da Administração) que é uma disciplina dada no início dos cursos, ou seja, é um dos primeiros contatos que os futuros administradores têm com o tema.

Você, bem como eu, esperaria ver na bibliografia que há de melhor para motivar e começar a formar o caráter profissional desdes estudantes. Ao contrário, acho que você ficará tão chocado como eu ao ler o que o CFA prega e vende para seus membros, estimulando-os a passar certas idéias -no mínimo polêmicas– para os próximos líderes de nossas empresas, cidades, estados etc.

Não é de se espantar que, com esse tipo de estímulo, tenhamos tenda idiotice, corrupção, incompetência e cultura enlatada no nosso país! Nossa… com exemplos assim, que monstro eles esperam desenvolver?!

O email enviado pelo Conselho também fica disponível na internet. Você pode ler aqui a atrocidade que estes acéfalos pregam.

Quanto à resposta do Prof. Dr. da UFRJ, veja abaixo:

>Prezados,>É um absurdo que seja repetida por essa importante via de divulgação uma imbecilidade como “não existem países desenvolvidos e subdesenvolvidos (…) porém países administrados e subadministrados”. A frase pode ter sido dita pelo Drucker ou por qualquer outro energúmeno compatível. O fato é que essa sandice ignora CONTEXTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS, ECONÔMICOS E POLÍTICOS que não podem e não devem ser naturalizados em nosso país, sob pena de contribuirmos para solapar ainda mais nossa soberania.>Começar seu texto com essa cretinice mostra que vocês não têm absolutamente NENHUMA CAPACIDADE CRÍTICA para compreender os contextos intraorganizacionais e interorganizacionais dos quais participam. Mais grave ainda: não se deram nem ao trabalho de ler o original de Drucker, preferindo utilizar a “tradução” feita pelo Chiavenato, que é outro pelego. Pior: o Chiavenato nem foi citado. Muito me envergonha saber que estamos tão mal representados no CFA.>Em minha primeira aula de TGA, no dia de abertura da disciplina, costumo repetir precisamente esta mesma frase que abre o texto de vocês para meus estudantes de 18 anos, os quais, imediatamente, concordam em como é reducionista, simplista e alienada esta perspetiva imposta pelos teóricos estadunidenses e repetida acriticamente por “acadêmicos” locais. Tais mecanismos neocolonialistas servem unicamente para permitir que continuemos a ser capachos da águia imperial que ora espraia suas asas por todo o terceiro mundo ou, como vocês preferem, pelo mundo sub-administrado. Todo o texto produzido por vocês está comprometido ideologicamente com interesses  voltados unicamente para a colonização das inteligências (administrativa, econômica, podem nomear qualquer uma delas) em nosso país.

>Quando escrevem “não há uma distinção básica entre diretores, gerente, chefes ou supervisores”, estão ignorando questões cruciais acerca de poder e política, as quais são amplamente conhecidas ao menos desde os estudos seminais de Weber sobre o fenômeno organizacional. É pedir demais que leiam Weber? Poderão encontrar referências semelhantes até mesmo nos escritos mais rudimentares de Follett ou outros autores alinhados com o paradigma estrutural-funcionalista.

>Infelizmente, para ser administrador em nossos dias basta usar um terno bem cortado e balbuciar expressões estúpidas como “agregar valor” e abusar de conjugações como “vou estar ensinando TGA”. Falta estudo, falta estofo, falta espírito crítico. Lamentável.

>Solicito que nunca mais seja enviada qualquer mensagem imbecil para minha caixa postal. Isto me cheirou como um peido cerebral virtual, e eu detesto que peidem na minha frente. Não vejo absolutamente nenhuma diferença entre essa “produção textual” e os anúncios de eletroeletrônicos que entopem minha caixa postal. Aliás, para deixar bem clara minha posição, como tenho nojo de estupidez, exijo que jamais seja enviada por vocês qualquer outra mensagem para minha caixa postal.

>Seu texto é ofensivo para brasileiros, terceiromundistas e administradores que têm mais o que fazer além de lamber as botas dos gringos. Obviamente há diversos outros equívocos crassos em sua mensagem, inclusive erros de sintaxe. É isso que acontece quando temos livros escritos por pessoas com títulos como “Prof. Adm.” e não “Prof. Dr.” ou “Prof. M.”. Que falta faz um título acadêmico! Que lástima! Não vou perder meu tempo dando aulas para quem fugiu dos verdadeiros bancos escolares, aqueles que realmente teriam valido a pena, aqueles que era preciso ter tido disciplina e coragem para enfrentar. Vou deixar que se divirtam sozinhos procurando as demais idiotices em sua mensagem. Na hora de dormir, peço somente que se lembrem com carinho que, em algum lugar, existe pelo menos uma pessoa que conhece a DESCOMUNAL INCOMPETÊNCIA de vocês e que, a despeito das vendas de livretos e das palestras milionárias que dêem por esse Brasil afora, são apenas desavisados puxa-sacos de norte-americanos.>

>José Luis Felicio dos Santos de Carvalho
>Doutor em Administração – PUC-Rio, 2003
>Mestre em Administração – PUC-Rio, 1998
>Bacharel em Administração – UFRJ, 1995
>Professor Adjunto da FACC/UFRJ